segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

E agora, o que eu faço?


- E agora, o que eu faço?


Foi com essa frase que ele começou o dia, foi com essa angústia no peito que ele começou aquela manhã. Mal tinha saído de sua cama quando se deparou com esse questionamento que poderia ser uma das decisões mais importantes de sua vida.

Ele tinha duas opções, cada uma com seus prós e seus contras. Uma escolha poderia levá-lo a um rumo em sua vida, enquanto a outra poderia fazer sua vida tomar um caminho completamente diferente.

Ele sentou, pensou em tudo o que havia vivido até aquele momento, as experiências pelas quais tinha passado, superado e aprendido, lembrou das longas conversas que teve com seu falecido pai, um homem sábio, lembrou dos ensinamentos de sua mãe, uma mulher quieta, mas que sabia passar sempre um ensinamento valioso para seus filhos. Recordou de cada professor com quem havia tido aula.


- E agora, o que eu faço?


A dúvida não saia de sua cabeça. O sol mal nascia e ele precisava tomar uma decisão que podia ser divisora de águas. O que poderia querer para a sua vida? Ele nunca havia sido bom em decisões. Sempre pedia ajuda para amigos e parentes, mas agora estava sozinho, sem opiniões, sem sugestões, sem conselhos. Estava sozinho no meio de uma ponte sem saber para qual lado ir. Estava em uma estação sem saber qual trem pegar. Estava na beira de um precipício sem saber se pula e aproveita a adrenalina ou se volta com segurança. Estava dentro do tubo sem saber se curtia o tubo ou se voltava pra crista. Estava perdido. Estava sem horizonte.


- E agora, o que eu faço?


Ele estava atormentado com essa questão. Como fazer? Como resolver? Como solucionar um problema onde cada escolha tem 50% de chances de estar certa se, ao mesmo tempo, tem 50% de chance de estar errada. Talvez nenhuma das duas fosse a correta e a outra a errada, mas apenas uma escolha melhor que a outra. Mas o quanto cada uma era melhor que a outra. Como uma escolha pode ao mesmo tempo se tornar uma renuncia, pois ele queria a primeira opção, mas não queria abrir não da outra. Por outro lado, ele também queria a segunda, mas não se sentia bem desistindo da primeira opção.


- E agora, o que eu faço?


Ele sabia que era uma decisão urgente. Ele não podia perder tempo, pois isso não era uma opção. Ele precisava urgentemente se decidir entre uma ou outra; entre o que seria melhor para ele e o que ele poderia deixar de lado, sem se crucificar por isso; entre o que, ao final de um longo raciocínio lógico, passional, emocional e filosófico, seria a melhor escolha. E assim ele o fez!



- Nem manteiga, nem margarina. Hoje eu vou comer requeijão!


2 comentários:

  1. Cara esse texto me deixou tensa!!! Ain meu Deus.. como pode?! Muito bom mesmo!!!

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  2. Quando eu comecei a ler, pensei que a dúvida no final ia ser 'levanto ou volto a dormir?' hahahaha
    segui seu conselho e perdi tempo aqui kkkkkkkkk
    ;)

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