quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Então é Nataaaaaaaaaaaaal...


E de repente já era Natal de novo. Aquela época do ano que todo mundo adora. Andar em shopping lotado, gastar dinheiro para comprar presentes para pessoas que você nem gosta realmente.

Todo mundo adora o natal. Menos eu, claro.

Tem coisa pior do que passar uma noite inteira ouvindo problemas da vida dos seus entes queridos (a maioria bêbado), tomar aquela cidra que seu cunhado insiste em dizer que é champagne francesa, ficar agüentando a criançada correndo de um lado pro outro, quebrando vaso, jarro de flor, prato e tudo que possa vir a ser quebrado? E o que vem a ser ainda pior: você é o responsável por ser o Papai Noel! E tem que agüentar a tia chata que não para de te apressar, aquele sobrinho que já se acha “O” velho e fica falando que não existe Papai Noel, e que aquela pessoa de roupa vermelha ridícula na verdade é você, mas quando você chama o nome dele para dar o presente, ele te faz lembrar do grande João do pulo, e dá um salto de 8,37 metros e aterrisa certinho naquela fivela do cinto que está localizada bem em cima dos seus documentos mais pessoais.

Como se não bastasse, você chama aquele seu primo, digamos, um pouco acima do peso, que insiste em vir correndo, sentar no seu colo, te sujar todo de gordura (porque é óbvio que é ele o churrasqueiro oficial), e insistir em tirar uma foto com você.

Depois disso tudo tem o famoso dia seguinte, com a criançada querendo te mostrar os novos presentes, aquele sobrinho “velho” batendo e quebrando os brinquedos dos mais novos, já que, como ele se acha muito velho para ganhar brinquedo, falou que queria só roupa e agora morre de inveja, aquele primo gordinho continua fazendo o churrasco e sujando todo mundo que chega para a festa e o seu cunhado que achou o restinho da cidra na geladeira e continua insistindo que é champagne francesa.

Depois disso tudo, você continua gostando de natal?!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Parabéns, Nação!!*


28 de Outubro, Dia do Flamenguista


“Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um
dia.“, disse Nelson Rodrigues, fanático tricolor desprovido de vaidades
clubisticas na hora de analisar futebol.

Hoje, 28 de outubro de 2009, é o dia que o Flamengo pode se tornar líder do
campeonato Brasileiro. Hoje, como quase toda quarta-feira, é dia de 35
milhões de pessoas viverem por um só objetivo e outras 150 milhões torcerem
contra.

Amanhã, como sempre, líder ou fora da briga, a capa dos jornais terá o tal
do Flamengo.

Decidindo titulo, lá estarão milhares de torcedores, em outro estado,
fazendo com que o tal do Flamengo jogue em casa quando deveria atuar fora.

No sábado, onde todos brigam pela liderança, lá estará ele, de novo,
jogando com 12, burlando o regulamento básico do futebol.

E se o time pipocar e perder o titulo novamente, não muda nada. Vão se
revoltar, xingar, protestar e, daqui 3 meses, lá estarão eles fazendo juras
de amor ao time num clássico qualquer pelo campeonato estadual, aquele que
nem eles agüentam mais vencer.

O time mais inexplicável do planeta terra, sem dúvida.

Não ganha o principal titulo nacional desde 1992. Lá se vão mais de 17 anos
e a torcida diminui? Não, aumenta. Segundo pesquisa, a maior entre as
crianças do país.

Quando ninguém dá nada pra eles, chegam e surpreendem a todos. Quando todos
esperam muito, ele perde e decepciona sua nação.

Favorito em tudo que disputa, simplesmente pelo citado acima. Ninguém é
capaz de saber o que esperar do Flamengo, nunca.

E quando eventualmente não tem um time capaz de ser campeão, a cobrança é
como se tivesse. Ou seja, não existem jogadores no Flamengo. Existe o
Flamengo e ponto final.

Única torcida do planeta que paga ingresso por 2 espetáculos. Um no campo,
como todas elas, e outro que ela mesma proporciona.

O flamenguista vai ao Maracanã pra curtir o time, o jogo, o clima e a
própria torcida. É único.

Talvez uma das raras torcidas do mundo que tenha dezenas de ídolos, mas que
não há discussão sobre o maior.

Existe o Zico e o resto. E o “resto” inclui, talvez, os dois melhores
laterais que o mundo já viu em cores. Leandro e Junior.

A Nação rubro-negra não tem esse nome a toa. São 35 milhões de torcedores,
e vejamos:

A cidade mais populosa do mundo é Tóquio. E tem 34 milhões de pessoas.

A maior do Brasil é são Paulo, com 19.

O Flamengo, sozinho, tem 35. Se cobrasse impostos seria trilhardário.

Não cobra, e vive devendo.

Deve milhões, e isso não faz a menor diferença.

Ao contrário do amor que tanto exaltamos, este não vai embora quando o
amado fica pobre. É amor de verdade, o mais puro que existe.

Incondicional, este sim.

Aquele que não analisa, que não raciocina, que não condiciona a nada.

A nação poderia dizer, sem culpa: “Eu te amo, e pronto”.

Não interessa porque, como, quando e nem sob quais condições.

É maior, é inexplicável.

Ser Flamengo é algo que não tem comparação. Eu não nasci assim, e nem ouso
dizer se felizmente ou infelizmente.

Flamenguista é aquele sujeito que ama futebol acima do que ele o
proporciona. Aquele que não troca amor por resultados, e que não condiciona
sua preferência por um ou outro jogador.

Por aí existe o Santos de Pelé, o São Paulo de Rogério Ceni, o Palmeiras de
Ademir.

Lá existe o Zico do Flamengo.

A ordem é sempre inversa. Os valores são sempre diferentes.

Ser flamenguista não torna ninguém melhor do que os outros, nem pior.
Diferente, sem dúvida.

Ser maioria é algo que fortalece. É infinito, porque a nação não tem fim, e
nem deixará de ser a maior torcida do país nos próximos 200 anos.

Odiar o Flamengo é absolutamente justificável.

Qualquer um fica irritado em ganhar títulos e mais títulos e ver que a capa
do jornal não muda de foto. É sempre a do Flamengo.

Qualquer um se incomoda em saber que títulos e dividas menores não
conseguem sobrepor a importância de um clube que tem sua grandeza baseada
em nada atual e concreto.

É grande. Porque? Porque é.

Pode existir algo maior do que o que não se explica?

Entrar num Maracanã lotado e olhar pra aquela torcida é algo que apenas
eles sabem o que é, o que significa e o quanto importa.

“Torcida não ganha jogo”, eles dizem. “Só se for a sua”, nós diremos.


*Texto recebido por e-mail, mas lindo como se tivesse feito por 35 milhões de corações.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amizade (De verdade!)


Conhecido ouve seu problema sem prestar atenção. Amigo ouve e dá uma solução. Amigo de verdade ouve seu problema, dá a solução e ainda te leva pro bar.


Conhecido pede dinheiro emprestado e nunca paga. Amigo pede e paga assim que puder. Amigo de verdade pega emprestado, não paga e ainda te leva pro bar com o seu dinheiro.

Conhecido ignora se você entrar numa briga. Amigo chega separando e conferindo se você está bem. Amigo de verdade chega dando voadora nos peitos de quem se meteu contigo e ainda te leva pro bar.

Conhecido tem no máximo seu Orkut. Amigo tem seu Orkut, Facebook, Twitter, MSN, Skype, Blog na página inicial e GTalk. Amigo de verdade grita seu nome na porta do seu prédio te chamando pra ir pro bar.

Conhecido sabe no máximo seu sobrenome. Amigo sabe, além do seu sobrenome, o nome do seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus avós, tios e primos. Amigo de verdade sabe o nome do garçom que você mais gosta no bar.

Conhecido te deixa um scrap no seu aniversário. Amigo dá pelo menos uma ligada. Amigo de verdade chega antes, sai depois e ainda deixa pra você a conta da comemoração no bar.

Conhecido elogia sua tatuagem nova. Amigo dá o maior apoio pra você fazer outra. Amigo de verdade sacaneia sua tatuagem dizendo que “agora já era”, “não tem mais volta!” e “fazer o quê?”. No bar.

Conhecido não quer nem saber da sua vida acadêmica. Amigo sempre te elogia quando você manda bem em alguma prova ou trabalho. Amigo de verdade cola a cara no vidrinho da porta da sua sala, faltando uma hora pra acabar a aula, te chamando pra ir pro bar.

Conhecido te parabeniza pelo nascimento do seu filho. Amigo compra presentes e diz que, se precisar, ele será padrinho. Amigo de verdade, espera o filho fazer 18 anos pra poder levar duas gerações da sua família pro bar.

Conhecido não é amigo. Amigo nem sempre é amigo de verdade. Amigo de verdade te leva pro bar.



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Desgosto para um pai.


- Pai, precisamos conversar.

- Claro, filho. O que houve?

- É coisa séria, pai. Vamos sentar.

- Ai, meu Deus... O que houve?

- Pai, não sei se você tem notado que eu não sou como a maioria dos meus amigos ou meus primos.

- Você não...?

- Calma, pai. Deixa eu explicar.

- Não acredito...

- Então, eu sempre achei que era diferente, que não me encaixava, que tinha algo diferente em mim. Eu não gosto do que a maioria dos homens de verdade gosta.

- Mas isso vem desde quando, meu filho?

- Não sei, pai. Acho que foi desde a época da escola.

- Sabia! Não devia ter deixado você andar com aquele pessoal. Quem é que coloca adesivo no carro com uma bandeira cheia de cor, se não esse bando de...

- NÃO! Eu não permito que você fale assim deles! Eles são como eu, pai!

- Como você?? Filho meu não é como esses... esses... Não consigo nem falar...

- Pai, você vai ter que encarar isso. Eu sou assim, escolhi ser assim e você vai ter que aceitar assim.

- Meu filho, você tem certeza que é isso que você quer? Pensa na sua vida daqui pra frente. Você será taxado pra sempre como um cidadão de segunda. Pense na zoação, no preconceito, na discrminação. Você será sempre minoria!!

- Não interessa!! Eu SOU GAY e pronto!!

- GAY???!!!! Ah taaaaaaaaaaa... Que susto, moleque! Porra! E eu achando que você tinha virado torcedor do Fluminense...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Devaneios Imaginativos



Quando escreverem um livro sobre mim, espero que escrevam tudo, menos a verdade.

Nunca diga o quanto você gosta de uma pessoa antes dela te dar essa certeza.

Da primeira vez que eu confiei em alguém, eu me decepcionei. Da última vez também. Entre essas duas vezes, eu não confiei em ninguém.


O maior dilema do homem está entre não poder falar a verdade e não querer mentir. Mas se ele pode falar a verdade e prefere mentir, não é homem de verdade.


A coisa mais prática a se fazer todos os dias é acordar, mas a mais necessária é voltar a dormir.


Você só vai ser 100% sincero com você mesmo quando for tarde demais.


O lugar onde você mais queria estar nunca é onde você está. Assim como a pessoa que você mais queria ser, você nunca será.


Apontar o defeito dos outros é reconhecer o seu maior defeito.


Aquele que consegue equilibrar perfeitamente o lado racional com o lado emocional pode ser chamado de iluminado. O que não consegue, você chama de reflexo.


Quando você receber um elogio, lembre-se que todos querem alguma coisa de você.


Eu nunca tive motivo para ficar orgulhoso de mim mesmo até reconhecer isso.


Você tem pouco tempo para amar as pessoas. Não perca tempo fingindo que as odeia.


Se por algum motivo você começar a chorar, faça das lágrimas um rio para lavar qualquer dor, mágoa ou ressentimento.


O melhor jeito de saber se uma pessoa está mentindo é olhando em seus olhos. Por isso que a maioria das pessoas prefere fazer sexo no escuro.


Todos nós temos um lado bom, um lado ruim e um lado que se embriagou com as experiências da vida e fica cambaleando cada hora para um lado.


Preste bastante atenção para não prestar atenção quando disserem que você não é capaz de prestar atenção.


Eu rio vendo uma criança rindo. Mas fico puto vendo uma criança chorando.


O que me motiva a acordar todos os dias é saber que, depois que aquele dia acabar, o seguinte vai ser ainda melhor.


Eu não sou melhor que ninguém e ninguém é melhor do que eu. Mas nós somos diferentemente superiores entre si.


A boa vontade é a amiga de infância da solidariedade. Uma hora elas se separam, mas as duas continuam existindo de formas independentes.


Se você diz que nunca vai fazer alguma coisa é porque você tem medo de não gostar ou, pior, de gostar.


Os dois lados de uma moeda sempre pertenceram à mesma moeda.


Quando eu era mais jovem, eu queria ser mais velho. Quando eu for mais velho, eu vou querer ser mais jovem. O que eu quero agora?


Se todo mundo pensasse que nem eu, todos discordariam entre si.


Quando eu descobri a razão de existirmos, ficou tudo tão chato e óbvio que eu achei que não valia a pena compartilhar com vocês.


O maior problema das pessoas não está no que elas pensam ou no que elas falam, mas no filtro entre um e outro.


Nossas paixões são como as marés e a lua. De longe, parecem todas iguais, mas são sempre atraídas pra longe e deixam um vazio, até chegar uma nova.


As pessoas não são boas sempre e nem más o tempo todo. Elas são constantemente idiotas.


Cientistas provaram que 98% dos cientistas não tem nada melhor pra fazer.


As pessoas deveriam reclamar menos do que os outros falam e se preocupar mais com o que os outros não falam.




Em breve, mais...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Illuminatus

Eu acordei, já olhei pela janela, vi um dia lindo, céu azul, pouquíssimas nuvens no céu que só embelezavam aquela paisagem. Uma leve brisa acariciava meu rosto em dando energia e disposição para viver mais e melhor. Fui tomado por uma vontade de sair para buscar novos horizontes, desafios e conquistas. Senti uma vontade inexplicável de batalhar para atingir todos os meus objetivos, independente de tropeços, inimigos, dificuldades ou percalços. Eu podia ver dento de mim que aquele era o momento de gritar para o mundo que eu havia vencido o medo do desconhecido e que o limite dos meus sonhos estava a um passo de ser ignorado. Era esse o momento de levar minha mente aos locais mais sagrados da minha alma e de lá colher os frutos da imaginação, abrindo minha percepção para um mundo sem pressões, sem cobranças, sem ninguém gritando o que eu posso ou não fazer. Aquele era o marco zero de uma jornada vitalícia rumo aonde eu quisesse, pensasse ou imaginasse, sem limites de tempo ou espaço, sem restrições físicas ou psíquicas. Era o momento de libertação espiritual eterna, de atingir o inatingível, de alcançar o inalcançável... Mas eu tava com sono, fechei a cortina e voltei a dormir.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Assunto...


Vou escrever sobre a relação das pessoas com a criança dentro de si. Mostrar que cada um precisa buscar o seu lado infantil sempre que... Esquece, muito batido.

E que tal um texto sobre a luta e determinação em sempre ir atrás daquilo que realmente quer e... Muito auto-ajuda.

Eu poderia fazer um texto sobre a busca eterna da felicidade e como as pessoas acabam deixando de ser felizes para buscar a tal felicidade... Mas ia ficar chato.

E se eu tentasse um texto resgatando cada momento histórico que fez eu ser o que sou hoje? Ah, ninguém quer saber da minha vida tão profundamente assim...

Quem sabe um texto sobre uma realidade alternativa onde tudo seria o contrário? “Mundo Bizarro” demais... Hellooouuu!!

Eu acho que as pessoas gostariam de ler sobre o que eu penso sobre assuntos mais sérios, tipo política, religião, aborto, economia, projeções.... NOT!!!

Sempre existe a possibilidade de colocar um vídeo, uma imagem ou até mesmo um texto de alguém e dar o crédito. Mas essa não é muito a idéia desse blog.

Um texto interativo? Mas será que todo mundo vai pegar a idéia? Quem acha que entenderia levanta a mão direita para eu contar.

Eu já pensei em listar aqui todos os blogs que eu gosto de entrar, mas isso merece um momento especial com links e considerações, mas eu não tenho tempo (leia-se: paciência) pra isso tudo.

Ficaria legal um texto homenageando meus amigos, um por um, dizendo o quanto eu gosto de cada um, o quanto cada um significa para mim e... Bom, isso já estará na hora do testamento.

Ou talvez um texto mais místico-científico, provando através de magia o que a ciência diz ser impossível e através da ciência revelar falsos gurus. Nhé, muito programinha da Discovery que ninguém vê...


...

(suspiro)

...

(bloqueio imaginativo)
...



RÁ!! JÁ SEI!!! Vou escrever sobre não saber o que escrever... PRONTO!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Educação não tem preço.


Desde pequeno meus pais sempre me ensinaram a respeitar os outros, independente de cor, credo, preferência sexual, profissão ou time de futebol (menos vascaínos) e eu sempre segui esses ensinamentos à risca, fazendo questão de não diferenciar ninguém de ninguém, mesmo me dando uma posição social-financeira privilegiada. Mas descobri que nem todo mundo é assim.

Hoje aconteceu algo bizarro. Eu estava na fila do McDonald’s prestes a praticar o gordismo, quando um cara me pediu licença, pois ele queria reclamar do sanduíche dele. O diálogo rolou mais ou menos assim:

- Eu queria trocar esse hambúrguer, por favor.

- Mas senhor, esse sanduíche já está com menos da metade.

- Eu sei, mas só agora eu vi que ele está com cebola e eu pedi sem cebola.

- Mas senhor, não podemos dar outro sanduíche se o senhor já comeu esse quase inteiro.

- Ah, pode sim. Eu pedi de um jeito, ele não veio, eu quero outro. E dessa vez sem cebola!!

- Mas senhor, não podemos. É política da empresa.

- Então me dê meu dinheiro de volta. Que abusrdo.

- Também não podemos senhor, só se o senhor tivesse devolvido o sanduíche inteiro ou com mais da metade.

- Você quer o sanduíche inteiro? Peraí que eu vou trazer meu filho pra vomitar em cima desse balcão, porque ele é alérgico a cebola e já está quase passando mal, aí você junta tudo e vai ter seu sanduíche inteiro.

- Senhor, por favor não faça isso.

- Então me dê o dinheiro de volta ou outro sanduíche!!

Nessa hora, chegou o gerente do turno ou algo do tipo (o que tem sapatos mais legais) e interfveio.

- Senhor, aqui está o seu sanduíche já sem cebola, como havia pedido. Tudo certo?

- Tudo, mas toma conta melhor desses seus “empregadinhos”. Não é à toa que com quase 30 anos na cara, ainda trabalha num McDonald’s.

Eu estava do lado do cara desde o começo, pois acho que se o cliente está certo, e nesse caso estava, ele merecia outro sanduíche ou o dinheiro de volta. Mas ele perdeu a razão logo quando começou a se exaltar com o atendente.

Em momento algum, o cara em pé há mais de prováveis 6 horas atrás do balcão faltou ao respeito, seguindo apenas as normas da empresa que são tatuadas durante o treinamento na Universidade do Hambúrguer (UniHam).

Por que razão, motivo ou circunstâncias o cliente, que aparentava ter uma boa condição financeira proveniente de estudos e educação (dois conceitos bem distintos), precisava falar aquela coisa? Ainda mais perto de pessoas que estavam prestes a comer.

O atendente começou a se sentir acuado, com medo, pois o que ele aprendeu? “Essas são as regras. Play by the book!” e obviamente que não ia fazer nada diferente disso.

Já o gerente, com um pouco mais de jogo de cintura, conseguiu tentar contornar a situação, oferecendo o que o cliente queria, acalmando os ânimos do atendente que estava prestes a chorar, do cliente que estava prestes a invadir aquele balcão e dar no atendente e, principalmente, o que me deixou até orgulhoso, conseguiu acalmar as pessoas que estavam na fila que, assim como eu, também começaram essa história do lado do cliente, mas depois queriam linchá-lo por desmerecer o trabalho honesto e suado de um pobre atendente que só não está do outro lado do balcão, no lugar do cliente, por um de dois motivos: não teve condições de estudar ou teve uma boa criação para não enriquecer ilicitamente.

De um modo ou de outro, o que importa é que quem foi educado, racional e mais equilibrado nessa história? O pobre atendente de uniforme reutilizado e touca de tela, com, no máximo, um ensino fundamental e quiçá um médio? O gerente que ralou pra estar ali, com ensino médio, tentando trabalhar pra pagar sua faculdade ou curso técnico depois do expediente? Ou o clientão bam-bam-bam, com seu relógio de R$ 2000,00, seu sapatinho de couro, sua camisa Ralph Lauren, sua calça Diesel e seu “ensino superior”?

Essa história pode ser real ou não.