segunda-feira, 23 de março de 2009

O melhor amigo dos publicitários.

Criado-mudo


O meu criado-mudo é meu eterno companheiro. Ele foi comprado quando eu nasci e ficava do lado do meu berço, guardando as chupetas a serem mastigadas, os babadores a serem sujados, os talcos a serem puffados e as fraldas a serem caga... usadas.

Na minha infância, ele ainda estava lá comigo, guardando meus gibis da turma da Mônica e um ou outro do Homem-Aranha, meus carrinhos da coleção Hot Wheels (eu tenho até hoje), minhas figurinhas e meus álbuns incompletos de campeonatos brasileiros, copas do mundo e o único completo até hoje, dos Cavaleiros do Zodíaco, além de pacotes de biscoito que eu roubava do armário e deixava lá para comer de noite, mas eu tive que parar com isso, pois um dia quase fui seqüestrado e carregado por um batalhão de formigas sanguinárias que invadiu meu quarto.

Na minha adolescência que aquilo era um cofre-de-alta-segurança-máxima-nãoentranemvento!!! Lá que eu comecei a guardar minhas primeiras revistas de mulher pelada que depois foram transportadas para a gaveta de bermudas, como da Adriane Galisteu, Carla Perez pré-plástica, Carla Perez pós-plástica entre outras, meus primeiros cigarros entocados da minha mãe (Free Light) que eu fumava no banheiro depois, as primeiras cartinhas das namoradinhas e admiradoras secretas da escola e outras utilidades inúteis.

E agora mais recentemente, aquele espaço de madeira com uma gaveta e um espaço na parte inferior serve de apoio para meu notebook, livros que um dia pretendo apresentar o conteúdo para o meu cérebro, CD’s infinitos que eu não ouço há duzentos anos e na gaveta mais tranqueiras: Carteira de trabalho, comprovantes de salário, camisinhas, canetas Lamy, meu cinzeirão azul transparente irado da Pepsi, meu cigarro e meu isqueiro (não mais escondidos), meu bloquinho e um lápis que servem para anotar insights criativos que, só de sacanagem, resolvem aparecer no meio da noite!!

É... O meu criado-mudo nasceu comigo, cresceu comigo, me acompanhou em várias guerras (tem muita maldade nessa frase), nunca me abandonou, sempre esteve ao meu lado nos momentos mais sombrios (quando eu durmo tá escuro, né?).
E se tudo der certo, e os cupins deixarem, vai virar parte da madeira do meu caixão!!

Um comentário:

  1. Acho que um post sobre o criado-mudo não merece ficar sem comentários.
    Como alguém consegue fazer um post - BOM - sobre o criado-mudo? Palmas...

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