Eu não gosto de discutir política, pois é uma questão pessoal, que varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar e de inteligência para inteligência (ou falta dela).
Mas tem dois assuntos que eu acho que merecem ser discutidos e analisados, nas atuais gestões federal e municipal. Ações que ferem diretamente o que temos de mais valioso nesse país: a democracia.
A começar por esse Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, tratado assinado pelos países lusófonos (luso = português, fono=falar) para tentar padronizar essa língua tão rica e com ostentosos detalhes.
Ora, se o português falado aqui no Brasil é diferente do português falado em Portugal, Angola, Macau ou Goa, isso é resultado de anos e anos de evolução de culturas, hábitos e mudanças que se juntaram para formar uma nova língua que representa a identidade comunicativa daquele país ou, no mínimo, daquela região.
Se no Brasil, temos diferentes tipos de português em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas, Nordeste etc., como podemos querer que o “nosso” português seja igual ao resto do mundo?
Um dos argumentos do nosso presidente Luis Inácio Lula da Silva, um semi-analfabeto que virou presidente de uma das maiores nações do mundo, é que devemos “democratizar o português, facilitando para aqueles que não tem uma educação de qualidade e não aprenderam o uso correto de hífens, acentos diferenciadores e outras particularidades da língua portuguesa”.
PORRA!!! O cara está assumindo que as pessoas não tem ensino de qualidade e, em vez de assumir um compromisso em melhorar a educação do povo, ele “emburrece” nossa língua? Língua, essa, aperfeiçoada durante anos e anos, com Machado de Assis, Veríssimos, José de Alencar e tantos outros que usaram esse conjunto de símbolos convencionados para fazer a “língua brasileira”. Inaceitável.
O segundo ponto é a lei nº 5033/99, sancionada recentemente pelo nosso (dói chamar de “nosso”, quando a vontade é falar “deles”) prefeito, e criada pelo vereador Roberto Monteiro (PC do B) que obriga que toda e qualquer publicidade, vitrine, letreiro etc., em inglês, tenham, com o mesmo peso visual, sua versão em português. Agora quem consegue imaginar um “Fashion Mall” e do lado um “Centro de Compras de Roupas da Moda”? Ou então o “New York City Center” e do lado “Centro da Cidade de Nova York”? Ou um “Bob’s” seguido de “Do Roberto”?
Mais uma vez, o argumento é que grande parte da população não tem acesso a um estudo de línguas estrangeiras, principalmente inglês, e por isso são consumidores lesados na hora de serem alvos publicitários.
PORRA!!! Se grande parte da população não tem acesso ao estudo de línguas estrangeiras, o governo que comece a investir mais em escolas para que tenham essas matérias, ou em cursos especializados que possam fazer parcerias com escolas. Mas não acabem com a necessidade das pessoas terem que aprender inglês, ainda mais nesse mundo globalizado onde, por enquanto, inglês é a língua universal, mas daqui a pouco pode ser o chinês e nós vamos fazer o quê? Proibir que a língua falada por 1/6 da população mundial exista no Brasil?
Tem gente que confunde proteção com alienação. Cuidado com isolamento. O Brasil precisa se posicionar como um país de ponta, focado em educação e, a partir daí, desenvolvimento sustentável, tanto das empresas quanto das pessoas, fazendo da Ilha de Vera Cruz um Brasil melhor.