terça-feira, 30 de junho de 2009

Papel em branco


Um papel em branco só é branco pra quem não o vê o como ele é negro. Um papel escuro, onde essas pessoas não conseguem enxergar nada, não conseguem enxergar um labirinto, um desafio, com um começo um meio e um fim.

O começo é a parte mais difícil, onde você toma a decisão mais complicada: com o que eu preencherei esse papel em branco? Você escolhe diversos temas, tons, assuntos, estilos, cores, cenários, situações, personagens, roteiros, épocas, fatos, continuidades, referências, objetivos e muito mais e coloca tudo dentro de um pote.

A partir de agora, tem que organizar isso tudo. Não é para fazer que nem sorteio do Caminhão do Faustão e sair jogando informação pro alto e torcer para que elas caiam de forma organizada em forma de arte abstrata. Não. É um pouco mais complexo que isso.

O que irá sair naquele papel em branco, no final da história, já está pronto. Só cabe a você escolher das infinitas combinações possíveis a que mais lhe agrada. Não, isso não é fácil também.

Se você escolheu um tema, você abriu mão de infinitos outros, mas passou para os tons. Ao escolher o tom, você abre mão de infinitos outros e vê que outro tom combinaria melhor com um tema já ignorado. Nem sempre você pode voltar atrás. Nem sempre você vai querer voltar atrás.

E com isso você vai preenchendo o papel. Fazendo escolhas que nem sempre são as melhores, encaixando partes que serão geniais, ao mesmo tempo em que outras, nem tanto.

Você não deve se prender aos erros durante o processo de preencher esse papel em branco. Se puder corrigir algo, ótimo. Se não puder, tente melhorar mais pra frente. Isso vai acontecer com mais frequência do que você imagina.

Em alguns momentos, coisas novas aparecerão e terão que ser encaixadas de surpresa no meio do papel. Algumas surpresas boas, outras nem tanto. Mas que devem ser inseridas no contexto, até para serem importantes no desenrolar da história.

Quando você estiver acabando de preencher todo o papel, você vai querer conferir tudo o que foi feito até o momento. Em alguns momentos olhar de longe e outros de perto. Alguns rindo e outros chorando. Alguns com saudade e outros com lamento.

Mas o mais importante é que, ao chegar no final da história, você volte ao topo do papel, originalmente em branco, ao começo de tudo, e coloque o título:

Minha Vida.


2 comentários:

  1. Interessante o texto... vc escreve muito bem! parabéns! ;)

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  2. adoreiii tb...a vida é assim Breninho..cheia de acertos e erros..mas que no final tudo se encaixa e dará certo. =D

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